terça-feira, 22 de março de 2011

Textos orais e textos escritos

A interação pela linguagem materializa-se por meio de textos, sejam eles orais ou escritos. É relevante, no entanto, reconhecer que fala e escrita são duas modalidades de uso da língua que, embora se utilizem do mesmo sistema lingüístico, possuem características próprias. As duas não têm as mesmas formas, a mesma gramática, nem os mesmos recursos expressivos. Para a compreensão dos problemas da expressão e da comunicação verbais, é necessário evidenciar essa distinção.

Para dar início às suas reflexões, leia o texto de Millôr Fernandes, a seguir. 
 
A vaguidão específica
"As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica."
Richard Gehman

— Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
— Junto com as outras?
— Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
— Sim senhora. Olha, o homem está aí.
— Aquele de quando choveu?
— Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
— Que é que você disse a ele?
— Eu disse pra ele continuar.
— Ele já começou?
— Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
— É bom?
— Mais ou menos. O outro parece mais capaz.
— Você trouxe tudo pra cima?
— Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
— Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
— Está bem, vou ver como.

FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. São Paulo, Círculo do Livro, 1976, p.77. 
 
 
 
No texto, o autor revela ironia ao atribuir às mulheres o falar de modo vago e por meio de elipses. No entanto, tais características são próprias do texto oral, em que a interação face-a-face permite que os interlocutores, situados no mesmo tempo e espaço, preencham as lacunas ali existentes, já que ambos, ancorados em dados do contexto e no conhecimento partilhado que possuem, são capazes de compreender e produzir sentido ao que se diz.
Em nossa sociedade, fundamentalmente oral, convivemos muito mais com textos orais do que com textos escritos. Todos os povos1, indistintamente, têm ou tiveram uma tradição oral e relativamente poucos tiveram ou têm uma tradição escrita. No entanto, isso não torna a oralidade mais importante que a escrita. Mesmo que a oralidade tenha uma primazia cronológica sobre a escrita, esta, por sua vez, adquire um valor social superior à oralidade.
A escrita não pode ser tida como representação da fala. Em parte, porque a escrita não consegue reproduzir muitos dos fenômenos da oralidade, tais como a prosódia, a gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, entre outros. Ela apresenta, ainda, elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o tamanho e o tipo de letras, cores e formatos, sinais de pontuação e elementos pictóricos, que operam como gestos, mímica e prosódia graficamente representados.
Observe a transcrição de um texto falado, retirado de uma aula de História Contemporânea, ministrada no Rio de Janeiro, no final de década de 70. Procure ler o texto como se você estivesse “ouvindo” a aula. 


... nós vimos que ela assinala... como disse o colega aí,,, a elevação da sociedade burguesa... e capitalista... ora... pode-se já ver nisso... o que é uma revolução... uma revolução significa o quê? Uma mudança... de classe... em assumindo o poder... você vê por exemplo... a Revolução Francesa... o que ela significa? Nós vimos... você tem uma classe que sobe... e outra classe que desce... não é isso? A burguesia cresceu... ela ti/a burguesia possuía... o poder... econômico... mas ela não tem prestígio social... nem poder político... então... através desse poder econômico da burguesia... que controlava o comércio... que tinha nas mãos a economia da França... tava nas mãos da classe burguesa... que crescera... desde o século quinze... com a Revolução Comercial... nós temos o crescimento da classe burguesa... essa burguesia quer... quer... o poder...ela quer o poder político... ela quer o prestígio social... ela quer entrar em Versalhes... então nós vamos ver que através... de uma Revolução...ela vai... de forma violenta... ela vai conseguir o poder... isso é uma revolução porque significa a ascensão de uma classe e a queda de outra... mas qual é a classe que cai? É a aristocracia... tanto que... o Rei teve a cabeça cortada... não é isso?


Dinah Callou (org.). A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro – materiais
 para seu estudo.
Elocuções formais. Rio de Janeiro, Fujb, 1991, p. 104-105.
 
 
 
 
 
É possível notar que o texto é bastante entrecortado e repetitivo, apresenta expressivas marcas de oralidade e progride apoiando-se em questões lançadas aos interlocutores, no caso, aos alunos. Isso não significa que o texto falado é, por sua natureza, absolutamente caótico e desestruturado. Ao contrário, ele tem uma estruturação que lhe é própria, ditada pelas circunstâncias sociocognitivas de sua produção.

No entanto, tais características, próprias do texto oral, são consideradas inapropriadas para o texto escrito. E por quê?

Para entender essa questão, inicialmente, faz-se necessário observar a distinção entre essas duas modalidades de uso da língua, proposta por Marcuschi (2001:25):
  • A fala seria uma forma de produção textual-discursiva para fins comunicativos na modalidade oral. Caracteriza-se pelo uso da língua na sua forma de sons sistematicamente articulados e significativos, bem como os aspectos prosódicos e recursos expressivos como a gestualidade, os movimentos do corpo e a mímica.

  • A escrita, por sua vez, seria um modo de produção textual-discursiva para fins comunicativos com certas especificidades materiais e se caracterizaria por sua constituição gráfica, embora envolva também recursos de ordem pictórica e outros. Pode manifestar-se, do ponto de vista de sua tecnologia, por unidades alfabéticas (escrita alfabética), ideogramas (escrita ideográfica) ou unidades iconográficas. Trata-se de uma modalidade de uso da língua complementar à fala.
De modo geral, discute-se que ambas apresentam distinções porque diferem nos seus modos de aquisição, nas suas condições de produção, na transmissão e recepção, nos meios através dos quais os elementos de estrutura são organizados.
Para Koch (1992), dentre as características distintivas mais freqüentemente apontadas entre as modalidades 
 
 
 
Fala
Escrita
1. Contextualizada.
2. Não-planejada.
3. Redundante.
4. Fragmentada.
5. Incompleta.
6. Pouco elaborada.
7. Predominância de frases curtas, simples ou coordenadas.
8. Pouco uso de passivas.
9. Pouca densidade informacional.
10. Poucas nominalizações.
11. Menor densidade lexical.
1. Descontextualizada.
2. Planejada.
3. Condensada.
4. Não-fragmentada.
5. Completa.
6. Elaborada.
7. Predominância de frases complexas, com subordinação abundante.
8. Emprego freqüente de passivas.
9. Densidade informacional.
10. Abundância de nominalizações.
11. Maior densidade lexical.
 
 
 
 
 
Ocorre, porém, que essas diferenças nem sempre distinguem as duas modalidades. Isso porque se verifica, por exemplo, que há textos escritos muito próximos ao da fala conversacional (bilhetes, recados, cartas familiares, por exemplo), e textos falados que mais se aproximam da escrita formal (conferências, entrevistas profissionais, entre outros). Além disso, atualmente, pode-se conceber o texto oral e o escrito como atividades interativas e complementares no contexto das práticas culturais e sociais.

Oralidade e escrita, assim, são práticas e usos da língua com características próprias, mas não suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas lingüísticos distintos. Ambas permitem a construção de textos coesos e coerentes, ambas permitem a elaboração de raciocínios abstratos e exposições formais e informais, variações estilísticas, sociais e dialetais.

Cabe lembrar, finalmente, que em situações de interação face a face, o locutor que detém a palavra não é o único responsável pelo seu discurso. Trata-se, como bem mostra Marcuschi (1986), de uma atividade de co-produção discursiva, visto que os interlocutores estão juntamente empenhados na produção do texto.
 
 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Intertextualidade


  • No texto, podemos facilmente perceber a intertextualidade , quando o autor recorre a outros textos, com explicitação da fonte.

     Identificar a presença de outros textos em uma produção escrita depende e muito do conhecimento do leitor , do seu  repertório de leitura,Para o processo de compreensão e produção de sentido, esse conhecimento é de fundamental importância .

    Na produção de um texto ,recorremos a outros , com ou sem explicitação da fonte .

    Na leitura do texto verificamos a intertextualidade. Os enunciados.

    Como vemos , a intertextualidade é elemento constituente e constitutivo do processo de escrita/leitura e compreende as diversasmaneiras pelas quais a produçao/recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outrostextos por parte dos interlocutores, ou seja,dos diversos tipos de relações que um texto  mantém com outros.


    A intertextualidade explicita  ocorre quando há citação da fonte do intertexto. a intertextualidade implicita  ocorre sem citação expressa da fonte, cabendo ao interlocutor  recupera-lá na memória para construir o sentido do texto.


    Détournement, efetuado por meio de substituições,supressões, acréscimos,transposições operadas sobre o enunciado fonte.





Texto e contexto


Concepção de contexto !
  • Análise transfrática:O texto era conceituado como uma sequência ou combinação de frases (gramática).
  • Pragmáticistas pregavam a necessidade de se considerar a situação comunicativa para a atribuição de sentido a elementos textuais  como os dêiticos(São elementos da língua que têm por função localizar entidades no contexto espácio-temporal,social e discursivo ) e as expressões indiciais  (São expressões com valor dêitico).
  •  Teoria dos atos de fala: Estudiosos postularam que a língua é uma forma de ação dotada de intencionalidade ,ou seja,que "todo dizer é um fazer",e se dedicaram ao estudo dos tipos de ações que podem ser realizadas através da linguagem,isto é, os atos de fala, atos de linguagem ou atos de discurso.
  • Teoria da atividade verbal :Parte do principio de que a linguagem é uma atividade social  realizada com vista a realização de determinados fins , e de que o texto é o componente verbalmente enunciado de um ato de comunição pertinente  a um "jogo de atuação comunicativa".

A pragmática voltou-se para o estudo e a descriçaõ dos atos de fala , isto é,para as ações que os usuários da língua , em situações de interlocução , realizam por meio da linguagem,visto que essa passou a ser considerada uma atividade intendional e social,visando a determinados fins.
       Todavia,a simples incorporação dos interlocutores ao estudo dos enunciados ainda não era suficiente :os sujeitos se movem no interiror de um tabuleiro social,que tem suas convenções, suas normas de conduta  e que lhes impõe condiçoes , estabelece deveres e lhelhes limita a liberdade. Além disso, toda e qualquer manifestação de linguagem ocorre no interior de determinada cultura,cujas tradições , cujos usos de costumes, cujas rotinas devem ser obedecidase perpetuadas. 
       Foi então que, aos poucos ,outro tipo de contexto  passou a ser levado em conta :O CONTEXTO SOCIOCOGNITIVOS. Para que duas ou mais pessoas possam  compreender-se  mutuamente, é preciso que seus contextos sociocognitivos sejam,pelo menos, parcialmente semelhantes.

  • O contexto é portanto,  um conjunto de suposições, baseadas nos saberes dos interlocutores, mobilizadas para a interpretação de um texto . 



Linguagem formal e informal*









Nossa língua apresenta uma imensa possibilidade de variantes lingüísticas, tanto na linguagem formal (padrão) quanto na linguagem informal (coloquial). Elas não são, assim, homogêneas. Especialmente no que se refere ao coloquial, as variações não se esgotam. Alguns fatores determinam essa variedade. São eles: 

• diferenças regionais: há características fonéticas próprias de cada região, um sotaque próprio que dá traços distintivos ao falante nativo. Por exemplo, a fala espontânea de um caipira difere da fala de um gaúcho em pronúncia e vocabulário;

• 
nível social do falante e sua relação com a escrita: um operário, de modo geral, não fala da mesma maneira que um médico, por exemplo;

• 
diferenças individuais.

É importante salientar que cada variedade tem um conjunto de situações específicas para seu uso e, de modo geral, não pode ser substituída por outra sem provocar, ao menos, estranheza durante a comunicação. O texto de Luis Fernando Veríssimo ilustra uma dessas situações inusitadas: 
Aí, Galera

 
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
- Como é?
- Aí, galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contra-golpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.
Correio Braziliense, 13/05/1998.

Podemos concluir daí que cada variedade tem seus domínios próprios e que não existe a variedade “certa” ou “errada”. Para cada situação comunicativa existe a variante “mais” ou “menos” adequada. É certo, no entanto, que é atribuída à variante padrão um valor social e histórico maior do que à coloquial. Cabe, assim, ao indivíduo – competente lingüisticamente - optar por uma ou outra variante em função da situação comunicativa da qual participa no momento.

Por fim, citando Bechara (1999), a linguagem é sempre um estar no mundo com os outros, não como
um indivíduo em particular, mas como parte do todo social, de uma comunidade.
 

linguagem verbal e não verbal

Chamamos de linguagem a todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Certamente, você já observou que o ser humano utiliza as mais diferentes linguagens: a da música, a da
dança, a da pintura, a dos surdos-mudos, a dos sinais de trânsito, a da língua que você fala, entre outras.

Como vemos, a linguagem é produto de práticas sociais de uma determinada cultura que a representa e a modifica, numa atividade predominantemente social.




Considerando o sistema de sinais utilizados na comunicação humana, costumamos dividir a linguagem em verbal e não verbal. Assim, temos:

a. Linguagem verbal: aquela que utiliza as palavras para estabelecer comunicação. A língua que você utiliza, por exemplo, é linguagem verbal, assim como a literatura.

b. Linguagem não verbal: aquela que utiliza outros sinais que não as palavras para estabelecer comunicação. Os sinais utilizados pelos surdos-mudos, por exemplo, constituem um tipo de linguagem não verbal.

Para viver em sociedade, o ser humano — possuidor de capacidade criativa e cumulativa — cria um arsenal de códigos, que se entrecruzam e atendem às suas necessidades de sobrevivência, de intercâmbio com o outro, de satisfação afetiva, de aprimoramento intelectual.

A comunicação dá-se, assim, por intermédio de algum tipo de linguagem que, como vimos, altera-se de acordo com o uso que as pessoas fazem dela. Verbais ou não verbais, criamos sinais que têm significado especial para o grupo humano do qual fazemos parte.

Veja, por exemplo, a tela de Portinari:

Ao pintar os trabalhadores rurais em atividade, Portinari revela, com precisão, uma importante questão social: a vida sofrida dos lavradores nas lavouras do café que, ao cumprir longas jornadas de trabalho, misturam-se à terra, numa interminável fila de homens e mulheres anônimos, com mãos e pés enormes, sugerindo, talvez, o excesso e a força de tanto trabalho. Não há céu, não há horizonte; o predomínio da cor marrom reforça o drama vivido por esses trabalhadores.
Diante do não verbal, como espectadores, experimentamos a emoção que o quadro desperta, não porque seu significado esteja expresso em palavras, mas porque ele exibe a síntese do sentimento do artista.

Podemos concluir, assim, que a linguagem é múltipla e, a partir da combinação de seus variados códigos, promove a interação entre os seres humanos, permitindo a expressão do que pensa e do que sente.

Diferentes linguagens

Para dar início às suas reflexões a respeito do tema a ser estudado, leia o texto que segue.




Comunicação

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o seu nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro...”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.”
“Eu não estou pensando nada, cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente.”
“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.”
“Ah, tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!” “O senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa..”
“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?”

                                             (Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler. v.7. São Paulo, Ática, 1982.)


A linguagem nasce da necessidade humana de comunicação; nela e com ela, o homem interage com o mundo. Para tratarmos das diferentes linguagens de que dispomos, verbais e não verbais, precisamos, inicialmente, pensar que elas existem para que possamos estabelecer comunicação. Mas o que é, em si, comunicar?

Se desdobrarmos a palavra comunicação, teremos:

Comunicação: “comum” + “ação”, ou melhor, “ação em comum”.

De modo geral, todos os significados encontrados para a palavra comunicação revelam a idéia de relação. Observe:

Comunicação: deriva do latim communicare, cujo significado seria “tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “trocar opiniões”, “estar em relação com”.

Podemos assim afirmar que, historicamente, comunicação implica em participação, interação entre dois ou mais elementos, um emitindo informações, outro recebendo e reagindo. Para que a comunicação exista, então, é preciso que haja mais de um pólo: sem o “outro” não há partilha de sentimentos e idéias ou de comandos e respostas. 
O que é a linguagem?  
Linguagem é a capacidade humana de articular conhecimentos e compartilhá-los socialmente. Assim, todo e qualquer processo humano capaz de expressar e compartilhar significação constitui linguagens: tirar fotos, pintar quadros, produzir textos e músicas, escrever jornal, dançar, etc. As linguagens fazem parte das diversas formas de expressão representadas pelas artes visuais, pela música, pela expressão corporal e pela escrita.
A linguagem, portanto, nomeia, fixa e concebe objetos, utiliza conceitos e tem por função permitir a comunicação.

Nós encontramos a língua pronta quando nascemos e aprendemos a utilizá-la com as pessoas mais velhas. É a partir dessa aprendizagem que passamos a reproduzi-la.
  
Muitas das expressões artísticas atuais têm origem conhecida: a fotografia surgiu no século XIX; o teatro ocidental surgiu na Grécia e na Idade Média. Já a escrita surgiu há milhares de anos.



Tomemos, agora, o conceito apresentado por Bechara (1999:28) para fundamentar o conceito de linguagem:

Entende-se por linguagem qualquer sistema de signos simbólicos empregados na intercomunicação social para expressar e comunicar idéias e sentimentos, isto é, conteúdos da consciência.
A linguagem é, então, vista como um espaço em que tanto o sujeito quanto o outro que com ele interage são inteiramente ativos. Por meio dela, o homem pode trocar informações e idéias, compartilhar conhecimentos, expressar idéias e emoções. Desse modo, reconhecemos a linguagem como um instrumento múltiplo e dinâmico, isso porque, considerados os sentidos que devem ser expressos e as condições de que dispomos em dada situação, valemo-nos de códigos diferentes, criados a partir de elementos como o som, a imagem, a cor, a forma, o movimento e tantos outros.

Vale salientar a idéia de que o processo de significação só acontece verdadeiramente quando, ao apropriarmo-nos de um código, por meio dele nos fazemos entender.
 

A importância da leitura


Ler significa aproximar-se de algo que acaba de ganhar existência. Ítalo Calvino
FELICIDADE CLANDESTINA


Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.  
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
Clarice Lispector. In: "Felicidade Clandestina"
Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

O ato de ler é soberano. Implica desvendar e conhecer o mundo. É pela leitura que desenvolvemos o processo de atribuir sentido a tudo o que nos rodeia: lemos um olhar, um gesto, um sorriso, um mapa, uma obra de arte, as pegadas na areia, as nuvens carregadas no céu, o sinal de fumaça avistado ao longe e tantos outros sinais. Lemos até mesmo o silêncio! 
Nos dias de hoje, a comunicação, mesmo presencial, está mediada por uma infinidade de signos. Na era da comunicação interplanetária, estabelecemos infinitas conexões com pessoas de todos os cantos do mundo, o que nos obriga a decodificar um universo poderoso de mensagens e a nos adaptar a elas: comunidades virtuais do Orkut, conversas pelo MSN, compras e negócios fechados pela rede e, se essa informação foi dominantemente verbal até então, agora se torna também visual com a chegada do YouTube.

Sabemos o quanto a força da imagem exerce fascínio e entendemos, definitivamente, que não há mais como sobreviver neste mundo sem que haja, de nossa parte, uma adaptação constante no que se refere ao acesso às diferentes linguagens disponíveis.


É fundamental reconhecer que o sentido de todas as coisas nos vem, principalmente, por meio do olhar, da compreensão e interpretação desses múltiplos signos1 que enxergamos, desde os mais corriqueiros – nomes de ruas, por exemplo – até os mais complexos – uma poesia repleta de metáforas. O sentido das coisas nos vem, então, por meio da leitura, um ato individual de construção de significado num contexto que se configura mediante a interação autor/texto/leitor.

A leitura é uma atividade que solicita intensa participação do leitor e exige muito mais que o simples conhecimento lingüístico compartilhado pelos interlocutores: o leitor é, necessariamente, levado a mobilizar uma série de estratégias, com a finalidade de preencher as lacunas e participar, de forma ativa, da construção do sentido. Dessa forma, autor e leitor devem ser vistos como estrategistas na interação pela linguagem para que se construa o sentido do texto.

Segundo Koch & Elias (2006),

[...] numa concepção interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente – se constroem e são construídos no texto. [...} Nessa perspectiva, o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a
essa interação. A leitura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos lingüísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo.
Para esclarecer as idéias até aqui apresentadas, leia a tira a seguir: 

  

Na tira, Hagar, o viking, revela o papel do leitor que interage com o texto, no caso, da placa, e atribui-lhe o sentido, considerando tanto as informações explícitas, como também o que é sugerido de maneira implícita, subentendida.

Podemos, então, concluir que
a) a leitura de qualquer texto exige do leitor muito mais do que o conhecimento do código lingüístico; 

b)
 o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir, entre outros aspectos, de seu conhecimento lingüístico, textual e, ainda, de seu conhecimento de mundo.

Leitura é, assim, uma atividade de produção de sentido. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e redimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros, do mundo e de nós mesmos. 

O exercício pleno da cidadania passa necessariamente pela garantia de acesso aos conhecimentos construídos e acumulados e às informações disponíveis socialmente. E a leitura é a chave dessa conquista.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Processamento textual

Para o processamento textual na  atividade de leitura e produção de sentido, colocamos em ação várias estratégias sociocognitiva , Conhecimentos prévios :
    Conhecimento Linguistico: conhecimento gramátical e lexical.baseados nesse tipo de conhecimento podemos compreender:a organização do material linguístico na superficie textual.

    Conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo : conhecimentos alusivos a vicências pessoais e eventos espácio-temporalmente situados, prermitindo a produção de sentidos. ( informações passadas,tudo que é dito sem a própria experiência ,toda a nossa experiência de vida.)

    Conhecimento interacional: formas de interação  por meio da linguagem e engloba os conhecimentos : ilocucional,comunicacional,metacomunicativo,superestrutural.
    • Ilocucional:Permite-nos reconhecer os objetivos ou propósitos pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional. 
    • Comucacional: Diz respeito á: Quantidade de informação necessária, numa situação comunicativa concreta,para que o parceiro seja capaz de reconstruir  o objetivo da produção do texto,seleção de variante linguistica adequada a cada situação de interação,adequadação  do gênero textual á situação comunicativa.
    • Metacomunicativo:É aquele que permite ao locutor assegurar a compreensão do texto  e conseguir a aceitação pelo parceiro dos objetivos com que é produzido.
    • Superestrutural:Permite a identificação de textos como exemplares adequados aos diversos eventos da vida social(identificação do gênero ).










      Exercicio de leitura ( estratégias de leitura ) - Textos

      Com as estratégias adquiridas na postagem anterior ( ler e compreender ), Utilize seus conhecimentos em cima dos textos :



      Fui à Água Doce Cachaçaria e tomei uma cachaça da boa, mas tão boa que resolvi levar dez
      garrafas para casa, mas Dona Patroa me obrigou a jogar tudo fora.
      Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
      Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.
      Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
      Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
      Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
      Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
      A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
      Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
      Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.
      O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.
      Não me lembro do que fiz com a Patroa! 

      (A orientação do autor é de outra natureza. Observemos: até a
      quinta linha o texto progride sem “estranhamento”. Da sexta
      linha em diante, a disposição dos termos na oração nos chama a
      atenção por ser semanticamente inaceitável, segundo o nosso
      conhecimento de mundo. Isso é uma pista importante para a
      produção do sentido do texto, assinaladora da relação de
      proporcionalidade: quanto mais o sujeito bebe, mais se embriaga;
      quanto mais se embriaga, mais comete “incoerências” sintáticosemânticas)

      Vide Bula

      Há cerca de 10 anos publiquei este artigo no Jornal de Cajuru, num momento especial para o
      país, quando o esquema colorido havia sido desmantelado, e havia grandes expectativas
      quanto ao futuro político do Brasil.
      Hoje aproveito para republicá-lo, como prévia para o Vide Bula II, que certamente trará novos
      medicamentos, para quem sabe, desta vez, curar o paciente. Uma coisa é certa: este já não
      está mais na UTI. Concordam?
      O Brasil está doente. Êta frasezinha batida! Todo mundo está cansado de saber disso. O
      diabo é: qual remédio?
      Muito se tem tentado com drogas tradicionais, ou novidades, porém até agora nenhuma teve
      o tão almejado efeito de curar este pobre enfermo.
      Há bem pouco tempo foi tentada uma droga novíssima, quase não testada, mas que
      prometia sucesso total, a “Collorcaína”, que, infelizmente, na prática de nada serviu, seus
      efeitos colaterais extremamente deletérios (como a liberação da “Pecelidona”) quase acaba
      com o doente.
      Porém, para o ano que vem, novos medicamentos poderão ser usados. Enquanto isso não
      acontece, o doente consegue se manter com doses de “Itamarina” que é uma espécie de
      emplastro que, se não cura, também não mata.
      Mas, voltando ao ano que vem, se é que podemos voltar ao futuro, vamos estudar os
      possíveis medicamentos que teremos à disposição do moribundo.
      A primeira droga a ser discutida já é uma antiga que estava em desuso e voltou com nova
      embalagem e novas indicações, podendo ser eficaz no momento.
      Trata-se da “Paumalufina”, extraída do pau-brasil com a propriedade de promover perda das
      gorduras, principalmente estatais, acentuando a livre iniciativa. Tem como efeito colateral a
      crise aguda de autoritarismo e também de perdularismo, sendo contra-indicada para as
      democracias.
      A segunda droga, também já testada, é derivada da “Pemedebona”, a “Orestequercina”, que
      atua em praticamente todos os órgãos, que passam a funcionar somente às custas da
      “Desoxidopropinainterferase”, que promove um desempenho muito mais fisiológico.
      Esta droga tem como efeito colateral uma grande depleção das reservas, depleção esta que
      pode ser fatal ao organismo.
      Mais recentemente foi criada a “L.A. Fleurizina”. Derivada da “Orestequercina”, age de
      maneira muito semelhante à mesma, sendo, entretanto, muito mais contundente e agressiva.
      É formalmente contra-indicada para Carandirus e professores.
      A terceira droga do nosso tratado é uma ainda não testada, mas já com fama de eficiência.
      Trata-se do “Cloridrato de Lulalá”, derivada da “Estrelapetina”, e, como efeito, promete
      revitalizar as células periféricas, tornando-as tão importantes quanto as do SNC ( Sistema
      Nervoso Central).
      É importante lembrar que a mesma pode causar imobilismo com liberação de seitas e
      dissidências. Tais efeitos colaterais podem ser evitados com injeção na veia de
      “antisectarina” e cápsulas de “Bonsensol”.
      Ainda é bom lembrar que o uso de tal substância provoca uma cor avermelhada em todos os
      órgãos.
      A quarta droga que discutiremos é a “Tucanina Cacicóide”, na verdade, um complexo de
      inúmeros componentes, como a “F.H.Cardozina”, a “Zesserrinitrina”, a “Mariocovase” e
      muitas outras mais que são muito eficientes “In Vitro”, porém sem comprovação de efeito “In
      Vivo”.
      Seu maior efeito colateral é a interação de seus componentes que competem entre si,
      causando uma síndrome chamada “encimamurismo”, síndrome esta extremamente deletéria
      e que pode invibializar o uso de tal medicamento.
      Existem ainda drogas menores como a “Brizolonina” que, quando aplicada, provoca intensa
      verborragia e manias perseguitórias.
      Há ainda a A.C. Malvadezina, uma droga extremamente tóxica que causa náuseas até em
      quem aplica.
      Terminando nosso estudo, esperamos que, desta vez, os médicos saibam o remédio certo
      para salvar o doente

      Autor: Luiz Fernando Elias é cardiologista e, nas horas vagas, cronista

      (Esses fatores referem-se a conhecimento dos elementos
      lingüísticos (uso de determinadas expressões, léxico antigo
      etc.), esquemas cognitivos, bagagem cultural, circunstâncias em
      que o texto foi produzido.)

      Ler e Compreender


      "A Leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação  do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto,sobre o autor,de tudo que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra  por letra, palavra por palavra . Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência, e verificação, sem as quais não é possível proficiência.É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões  diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos,validar no texto suposições feitas." (In:Parâmetros Curriculares Nacionais:terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental:língua portuguesa/secretaria de Educação Fundamental - Brasilia: mec/sef, 1998,pp.69-70.)
      Desse leitor,espera-se que processe,critique,contradiga ou avalie a informação que tem diante de si, que a desfrute ou a rechace , que dê sentido e significado ao que lê (cf.solé,2003:21).

       Nossa atividade de leitores ativos em interação com o autor e o texto  começa com antecipações e hipotéses elaboradas com base em nossos conhecimentos sobre: 
      • O autor do texto;
      • O meio de veinculação do texto;
      • O gênero textual;
      • O título.

      Na atiidade de leitores ativos, estabelecemos  relações entre nossos conhecimentos anteriores constítuidos e as novas informações contidas no texto, fazendo inferências,comparações, formulamos perguntas relacionadas com o seu conteúdo.Mas ainda: processamos,criticamos,contrastamos e avaliamos as informações que nos são apresentadas, produzindo  sentido para o que lemos. É claro que não devemos nos esquecer de que constante interação entre o conteúdo do texto e o leitor é regulada também pela intenção com que lemos o texto, pelo  OBJETIVOS DE LEITURA.

      Pluralidade de sentidos : Considerar o leitor e seus conhecimentos e que esses conhecimentos são diferentes de um leitor para outro implica aceitar uma pluralidade de leituras e de sentidos em relação a um mesmo texto. A pluralidade de leituras  e de sentidos pode ser maior ou menos dependendo do texto. Ex:

      Se ao lado do autor, foi mobilizado um conjunto de conhecimentos para a produção do texzto,espera-se da parte do leitor, que considere esses conhecimentos (de língua ,de gênero textual e de mundo ) no processo de leitura  e construção de sentido .Desse modo o texto pela forma como é produzido, pode exigir mais ou exigir menos conhecimento prévio de seus leitores, um texto não se destina a todos e quaisquer leitores, mais pressupões um determinado tipod e leitor .

      Além  de tudo ainda existe  os aspectos materiais ( Fomato do texto, tipo tamanho da folha,fonte, tamanho da letra etc.), e os aspectos linguisticos (sintaxe , sua gramática ) que ajudam muito no compreendimento do texto. 

      Circustância da escrita ( Contexto de produção) - a época que o texto foi escrito pode gerar dificuldades também . Ciscustâncias da leitura ( contexto de uso )-  A época de um texto pode gerar dificuldade com a época que o leitor realiza a leitura , dependendo  da ciscustância da escrita do texto .

      Se como vimos , a leitura é uma atividade de construção de sentido que pressupõe a interação autor-texto-leitor, é preciso considerar que, nessa atividade,além das pistas e sinalizações que o texto oferece, entram em jogo os conhecimentos do leitor. É desses conhecimentos que trataremos a seguir.





      O que ler?
      Para que ler?
      Como ler?

      Leitura é :  Decodificação dos signos linguísticos  ( Teoria antiga não serve mais ).

      Leitor é : Agente passivo ( Teoria antiga não serve mais ).

      Leitura é:  entendimento, compreensão e ponto de um texto, leitor é  agente ativo.Uma  atividade de produção de sentido.


      Leitor é: Um sujeito ATIVO que,ao ler deveProcessar,criticar,contradizer,argumentar,avaliar,desfrutar,rechaçar dar sentido e significado ao texto.

      Leitura em um plano mais amplo  

      1° foco no autor: língua como representação do pensamento. ( crenças, valores,conhecimentos,experiências,cultura,escolariedade,nível social...etc).Saber sobre o autor ajuda a entender os seus pensamentos,sobre o autor, no que ele acredita,asim,tendo uma visão de como ele pensa para melhor entendimento de seu texto escrito .

      2° foco no texto :Reconhecimento do sentido das palavras estruturadas no texto e linguagem utilizada(só é possível com a análise do contexto , conhecimento do assunto abordado )
      3° foco na interação : autor -texto-leitor ( como conhecimento sobre o autor, entendimento do tema ,texto e visão critica do leitor , ele se torna um leitor ativo e  a leitura se torna completa ). O sentido de um texto é construído na interação  sujeitos texto (Autor/Leitor/Texto) e não algo que preenxista a essa interação. A leitura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos. (Leitura é uma atividade de produção de sentido, Você lê, tenta entender o contexto e coloca sua visão crítica sobre ele)
      • Concepção interacional da língua. (dialógica).
      • Sujeitos vistos como autores  construtores sociais.
      • Sem a dialogação não se pode chegar a um sentido (veredito).
       
      •  Estratégias   de leitura :
      1. Estabelecer os objetivos da leitura
      2. Realizar antecipações e elaborar hipóteses
      3. Estar ciente da pluralidade de sentidos 
      4. Observar e analisar os aspectos materiais do texto, bem como os fatores linguísticos.

      Ativar Conhecimento

      Conhecimento prévio :
      • Conhecimento linguístico:Entedimento do idioma
      • Enciclopédico: tudo que é me dito  que não tive minha própria experiência , conhecimento adquirido por informações passadas.
      • De mundo :Toda nossa experiência de vida.
      • Interacional: interação .






      segunda-feira, 14 de março de 2011

      Conceito de texto


      " Os conceitos, por mais interessantes e explicativos que sejam em um determinado contexto histórico, são resultado de um long processo de reflexões, de idas e vindas, de disputas de/ entre diferentes sujeitos sobre um certo objeto em um determinado campo do conhecimento."

      1° fase - O texto servia para armanezamento de conhecimento e como objeto de pesquisa ao mesmo tempo,as pessoas  dessa primeira fase sempre tinham a mesma forma de escrever  e padrão de escreve rum texto, sem mudanças. O texto era como um produto acabado, uma estrutura acabada e pronta  que não servia para comunicação. ou seja, a pessoa que lia um texto não poderia ser critica,argumentativa e nem desconsiderar o que ali estava escrito, apenas lia e considerava na boa as informações daquele determinado texto sem uma visão critica, não mostrava a vida que existe em um texto deixava ela oculta.Existiam então  textos( sequências linguísticas coerentes em si ) e não textos (sequências linguísticas incoerente em si ).


      2 ° fase - Aqui nesta fase o texto não é mais  um produto final  agora é uma forma de comunicação, entretenimento,O texto deste período  é um texto que tem uma finalidade produzida para comunicação assim não podendo ser considerado um produto final,linguístas e gramáticos tem uma noção diferente sobre texto , porém tem um pensamento em comum : que o  texto é uma unidade de sentido. gramáticos avaliam o texto pela sua gramática, estrutura , já os linguítas pelas sua variavéis.




      conceitos de texto:




      1. Segundo Koch e travaglia: unidade linguística concreta,usada numa situação de interação comunicativa especifica.
      2. Segundo Maria Elena Duarte Marques (gramática): conjuntos de unidades discursivas estruturadas,ela leva em conta a coerência  e coesão do texto , texto é uma série de enunciados encadeados, o texto pode ser escrito e falado,passagem escrita em versoou prosa,um texto pode ser uma sequência de atos de fala ,um dialogo ,uma conversa.
      3. Segundo Fiorin e Savioli:Organizado de sentido,produzido por sentido num dado espaço e num tempo.


       OBS: Um textto tem que ser consizente com a realidade, todo leitor tem que ter um conhecimento , prévio sobre o que está lendo.






      1° fase (transfrática)-  Aqui o Texto só era aceito se fosse um produto acabado, com sentido e escrita. Um objeto que não fosse transcrito não poderia receber o nome de texto. seria a década de 60, fase do estruturalismo de Ferdinand Saussure.




      Década do fenômeno da co -referenciação : Sempre começo por uma referência seguida de uma co-referênciação. EX:

      • Ana adora massas, frituras. A danadinha está passando do peso. essa menina poderá ter problemas. 
      Referência: Ana 


      Co - referênciação : Danadinha/ essa menina

      A linguística não aceita a gramática, ou seja , troca por um pronome .por isso utilizava frases curtas . com referência e co -referência para identificar o sujeito e suas caracteristicas.  EX:
      • Ana adora massas,frituras...Ela está passando do peso.
      Referência: Ana 

      Co - referência, ou melhor pronome : Ela  (  não era aceito, Fenômeno conhecido como troca gramátical, sem construção de perfil,caracteristicas.)


      • Não poderia começar um texto com um pronome porque ele é vazio , preciso ter a parte verbal para provar que  era um texto.
      • fase do estruturalismo
      • Para ser um texto preciso iniciar com uma referência cheia.
      • A linguística  não compreendia um texto sem significado. EX.: 
       Ela : Feminino (Vazio )
      Menina : Uma menina, Criança, Genêro Feminino etc. (Cheio).



      2°fase gramática textual: década de 70 , década do gerativismo,essa década influência  o leitor a ter  3 capacidades para uma boa leitura  : 
      1. Capacidade formativa ( compreender todo o texto );
      2. Capacidade transformativa (transformar o conhecimento sobre o texto );
      3. Capacidade qualificativa (colocar meu ponto de vista, minha opinião, comparação).
      "  Tenho a capacidade formativa, de ler o texto e me informar sobre aspectos, palavras desconhecidas como por exemplo o contexto, tema abordado pelo texto , porém se já  tenho esse conhecimento, posso já transforma-lo, interpreta-lo melhor e finalmente qualificar , colocando o meu ponto de vista, cristica, opinião, comparação ."
      • Noam Chomsky era contra as idéias de Saussure de um texto como projeto acabado, condordava com Saussure que o texto  precisa ter um sentido, assim misturando o estruturalismo com o gerativismo,  apoiando  certos pontos da teroria de Ferdinand Saussure e mudando pontos em que ele não concordava e colocando os seus, formando asssim o avanço de téoria . Uma  teória que permite o leitor a participar do texto, se expondo e conversando com o autor e o texto.

      Tipos e Genêros textuais parte 2

      • Tipo textual: tipologia / caracteristica de composição / sequência: Narrativa,descritiva etc.
      • Genêro utiliza um tipo textual para se formar um genêro .
      • injunção: é quando você faz a saudação da sua carta (imperativismo).
      Organização de texto - sequências tipológicas.

      • Narrativos: Sequência temporal
      • Descritivos: Sequências de localização
      • Expositivos: Sequências analiticas ou criticas
      • Argumentativo: Sequências contrastivas explícitas
      • Injutivo: Sequências imperativas.

      Narrativo

      Descritivo


      Expositivo 
       Argumentativo

      injuntivo

      • Inter- genêros :são genêros que se ligam . Por exemplo um poema que contém um artigo de opinião, sua estrutura seria um poema mais as informações contidas um artigo de opinião. um genêro dialoga com outro .
      • Tipo textual : Ferramentas que eu uso para se criar um genêro. ex: narração,argumentação,descrição,injunção e exposição.
      • Genêro: Funçaõ comunicativa na sociedade.
      • Um tipo textual é dado por um conjunto de traços que formam uma sequência  e não um texto.
      • Resumidamente, em relação aos genêros, temos:
      1. intertextualidade inter-genêros: um genêro com a função de outro ;
      2. Heterogeinidade tipologica: Um genêro com a presença de vários tipos.

      Gramática X Linguística




       Qual é a diferencia entre gramática e linguística ? alguém sabe do li uma ? do li duas? do li três ? ninguém então eu explico.


      Gramática:
      • Remonta a grécia antiga (séc. V a.c.);
      • Toma como base a língua escrita;
      • Tem por objetivo ensinar a arte de usar a língua escrita (falada) corretamente.;
      • Não possui o status de ciência ( baseia-se em especulações sobre  "certo" e "errado" e não tem comprovações empirícas e objetivas.) ;
      • Pautada em uma orientação prescritiva normativa ( essa orientação é uma parte não uma toda )

      Linguistíca:
      • A partier de Saussure (séc.XX);
      • Tem status de ciência objetiva,descritiva, pois examina, analisa e descreve os fatos linguísticos como são,sem especular sobre "certo" e "errado";
      • È também explicativa porque procura explicações para os fatos linguísticos;
      • É empirica porque trabalha com dados  verificavéis por observações;
      • Tudo que faz parte da língua é matéria de reflexão.


      A linguagem é relativamente autônoma; como expressão de idéias,propósitos ,no entanto, ela é orientada pela "visão de mundo ", pelas injuções, realidade social, histórica e cultural de seu falante .

      Breve história do estudo da línguagem

      Vou relatar para vocês  um acontecimento que acabou ocasionando o estudo da língua .

      Tudo vêm sendo ocasionado  desde o século IV a.c.,Onde um carinha chamado panini que era um gramático hindu, ajudou na influência do desenvolvimento da línguistica. Pra que ele fez isso ? Então, ele tinha o objetivo de descrever de forma precisa os textos hindus sagrados (Veda), ou seja , ele apenas tinha o desejo de que os textos religiosos não sofressem alterações e com isso fez o estudo da sua língua  com base em análises.

      (Shiva ou Xiva é um Deus ("deva")hindu,o destruidor(ou o transformador)
      Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador"


      No século XIX acontece o seguinte, surge uma língua que é considerada uma língua -mãe  que origina as línguas européias e idianas, essa língua surge com influência do século anterior onde eles passavam a traduzir textos religioso em diversas  línguas, com esse estudo é identifica que as línguas se transformar com o tempo  independentemente da vontade dos homens.



       ( Texto hindu religioso  "Veda" )

                 No século V a.c , surge toda a ideologia da gramática como parte da filisofia. Século XVII - gramática de port royal , um modelo para as gramáticas que demostrou que a linguagem se funda na razão é a imagem de pensamento e que os principios de análise servem para toda e qualquer língua. E finalmente chegamos no século XX , com o curso de linguística geral (1916), século onde a linguística foi fundada como ciência, pelo pai da linguística Ferdinand Saussure.


      (Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 - Morges, 22 de fevereiro de 1913) foi um linguista e filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo.)


      Obs:  Na religião, lembre-se que você sempre terá uma conclusão um final  sobre aquele determinado assunto discutido no contexto religião,  porém no contexto ciência  aquele tema sempre será contínuo, cheio de teorias (discursos e argumentos ). A ciência estuda tudo que pode ser observado , a gramática trabalha com modelos .por exemplo: Machado de Assis ( A gramática tira teorias através de textos escritos no passado ).